8 . CRISE CONVULSIVA

Crise Convulsiva

A convulsão é uma desordem cerebral. Durante breve período de tempo, o cérebro deixa de funcionar normalmente e passa a enviar estímulos desordenados ao resto do corpo, iniciando as crises convulsivas, também conhecidas por ataques. A convulsão é um sintoma comum em uma população em geral e em países em desenvolvimento pode chegar a 50 casos a cada 1.000 habitantes. Ela é mais comum na infância, quando é maior a vulnerabilidade a infecções do sistema nervoso central (meningite), acidentes (traumatismos do crânio) e doenças como sarampo, varicela e caxumba, cujas complicações podem causar crises epiléticas.

Traumatismo cranioencefálico, infecções, parasitoses (principalmente neurocisticercose), mal formações e tumores cerebrais e abuso de drogas e álcool são as causas mais comuns de convulsão em adultos.

Quando a vítima apresenta crises convulsivas repetidas ao longo de sua vida caracteriza-se então uma doença denominada epilepsia, que não é contagiosa.

Às vezes, a pessoa com epilepsia perde a consciência, mas outras experimenta apenas pequenos movimentos corporais ou sentimentos estranhos. Se as alterações epiléticas ficam restritas a uma parte do cérebro, a crise chama-se parcial; se o cérebro inteiro está envolvido, chama-se generalizada.

8.1. Manifestações Clínicas

Existem várias formas de manifestações clínicas das crises convulsivas e a mais importante no aspecto de atendimento de emergência são as crises generalizadas tônico clônicas.

A convulsão pode ou não ser precedida de algum sintoma que avisa que ela está se iniciando. Logo a seguir, a crise se inicia com um grito que precede a perda súbita de consciência e enrijecimento (fase tônica) do corpo seguido por movimentos tipo abalos (fase clônica) das quatro extremidades, face e cabeça. Durante a crise a vítima pode apresentar queda e se ferir, morder a língua ou ter perda de urina. A convulsão demora em média três a cinco minutos e é seguida por um período de inconsciência. A consciência é recuperada aos poucos e o paciente pode apresentar dor de cabeça, vômitos e confusão mental.

Outro tipo comum de epilepsia é o “pequeno mal” ou “crise de ausência”, quando a pessoa fica com o olhar fixo por alguns instantes, sem se lembrar depois daquele desligamento.

Existem vários outros tipos de crise mas sem importância no atendimento pré-hospitalar. Se as crises duram muito tempo (crises prolongadas, ou crises seguidas sem recuperação de consciência) com duração igual ou superior a 30 minutos, se caracterizam uma emergência clínica podendo nesse caso haver risco de morte e a vítima deverá ser encaminhada ao hospital pois poderá ocorrer dano ao cérebro; são as chamadas crises subentrantes ou estado de mal epiléptico. Porém, a maioria das crises não provoca dano algum, pois são de curta duração e auto limitadas.

8.2. Atendimento de Emergência no Pré-hospitalar

● Manter-se calmo e procurar acalmar os demais;

● Colocar algo macio sob a cabeça da vítima protegendo-a;

● Remover da área objetos que possam causar-lhe ferimento;

● Afrouxar gravata ou colarinho de camisa, deixando o pescoço livre de qualquer coisa que o incomode;

● Girar-lhe a cabeça para o lado. Visando a que a saliva não dificulte sua respiração – desde que não haja qualquer suspeita de trauma raquimedular;

● Não introduzir nada pela boca, não prender sua língua com colher ou outro objeto (não existe perigo algum de o paciente engolir a própria língua);

● Não tentar fazê-lo voltar a si, lançando-lhe água ou obrigando-o a tomá-la;

● Não o agarre na tentativa de mantê-lo quieto. Não se oponha aos seus movimentos apenas o proteja de traumatismos.

● Ficar ao seu lado até que a respiração volte ao normal ele se levante;

● Se a pessoa for diabética, estiver grávida, machucar-se ou estiver doente durante o ataque, transporte ao hospital.

8.3. Falsas Crises e Crises Provocadas por Modificações Fisiologias

 Todas as pessoas podem apresentar crises que se assemelham às descritas anteriormente mas que não têm nada a ver com convulsões.

O socorrista deve estar atento a essas pseudocrises que têm uma origem em alterações emocionais e são desencadeadas por um desejo consciente ou inconsciente de mais atenção e cuidados. Quando se analisa com cuidado o passado recente e remoto dessas pessoas (incluindo crianças), freqüentemente existe história de abuso, negligência ou conflitos muito intensos nas relações interpessoais. Muitas vezes, essas falsas crises são muito parecidas com crises verdadeiramente epilépticas e é necessário o atendimento por um especialista para fazer um diagnóstico certeiro.

4 Responses to 8 . CRISE CONVULSIVA

  1. Amanda says:

    Olá,
    tenho uma duvida.
    Sempre que leio um artigo sobre a convulsão, é indicado que não tente colocar dedo ou objetos na boca da pessoa, pois há o risco de machucados. Mas em casos em que a pessoa durante a crise chega a enrolar a lingua e morde-la, há o risco de sufocamento. O que deve ser feito nesses casos?
    tks!

    • grutaresgate says:

      Olha, primeiro o risco não é para a vitima, é para você! Uma vítima em crise convulsiva ela não tem controle sobre o sistema nervoso que entra pani, em uma crise que entrou em convulsão, da forma como você colocou, tem que colocar a vítima lateral, assim, ela não ira se afogar!
      Nunca coloque nada na boca do paciente, ele certamente vai quebrar com a força que esta na mandíbula.

  2. Minha irmã é uma pessoa acamada,de 2 meses pra cá ela está desmaiando e enrolando a língua.Pode ser epilepsia?

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